domingo, 10 de abril de 2011

Fé no armário

Não é novidade pra ninguém que a grande maioria das religiões (pelo menos as mais seguidas) é totalmente avessa à homossexualidade, para os líderes religiosos a idéia de que existem pessoas diferentes dos padrões descritos nos seus livros sagrados é simplesmente uma blasfêmia.

Para estes, nós homossexuais acordamos um belo dia e decidimos que seremos gays (Aham Cláudia) ou  que nós viramos gays por falta de educação, atenção etc. Pior que isso são os que dizem que somos gays por obra do demônio (chama a Cleyciane pra repreender!!!).

Sou cristão, criado em uma família extremamente católica, sempre frequentei a igreja e tudo mais que um cristão deve fazer. Falo do que sei, as igrejas não querem que o homosexual seja respeitado como um ser humano igual aos outros. A igreja não aceita que a homossexualidade é parte da condição humana, em todos os discursos e pregações a homossexualidade é ostentada como uma ESCOLHA (já pode sentar Cláudia).

Se alguém realmente acredita que se pode escolher sentir atração sexual por uma pessoa do mesmo sexo ela é no mínimo confusa em relação a própria sexualidade. Qualquer pessoa com um volume mínimo de neurônios e um mínimo de esforço logo chega a conclusão, óbvia, de que isso é impossível. Pense bem, você pode até escolher quem você namora, mas você não escolhe por quem se apaixona (que o diga os milhões de músicas de amores não correspondidos).

O fato é que uma explicação simples resolveria tudo: Somos todos iguais, alguns gostam de homens, outros de mulheres ou dos dois.

Será que é TÃO difícil entender isso???

As igrejas tem se aproveitado do seu poder para humilhar e torturar, inclusive fisicamente, milhares de jovens mundo afora. Conheço histórias de suicídio e de humilhações, além das tristes secções de cura da homossexualidade onde lideres usam de todas as artimanhas pra tentar incutir na cabeça dos jovens que sua condição pode ser alterada, basta ele ter fé.

Aprisionados por esse fanatismo cerca de 1.000 adolescentes se suicidam todos os anos no Brasil e não adianta tentar proteger as religiões dizendo que elas não incentivam o ódio. É MENTIRA!!! É quase impossível encontrar alguém que tenha um discurso homofóbico que não use os argumentos criados e evangelizados pelas igrejas.

O que eles ganham com isso?
ABSOLUTAMENTE NADA!!!

Gays SEMPRE existiram (pesquisem a história do esqueleto gay pré-histórico) e sempre vão existir e não há nada que se possa fazer a respeito.

Não existe possibilidade de transformar um gay em hétero da mesma forma que não dá pra tranformar um hétero em gay. 

O que às vezes causa confusão é que existem pessoas que se sentem atraídas por ambos os sexos. Elas iniciam sua vida sexual de forma heterossexual mantendo seus desejos escondidos e depois começam a ter relações com pessoas do mesmo sexo. Em alguns casos essas pessoas levam uma vida dupla têm esposa e filhos (até netos) e ao mesmo tempo mantém encontros às escondidas, a grande maioria são homens e passam despercebidos na sociedade  (conheço vários).

Entender as diferenças é o primeiro passo para aprender a respeitá-las. Se você tem um LGBT (uma lésbica, gay, bissexual ou transsexual) na sua família, faça sua parte. Se informe sobre o assunto, existem sites, filmes, livros e grupos de apoio.

Acho que o melhor lugar pra começar é a Internet, porque você pode permanecer em sigilo. Recomendo com todo carinho do mundo o blog Mãe Sou Gayhttp://maedefilhogay.blogspot.com/ ) nele uma mãe relata como teve que lidar com a notícia do seu filho caçula ser gay.

Outra coisa que recomendo são os filmes e documentários sobre o assunto, dentre eles os mais especiais e educativos nessa questão da religiosidade são: "Por que a bíblia me diz assim" e "Orações para Bobby". O primeiro é um documentário que explica e rebate em detalhes os argumentos dos lideres religiosos, já o segundo é a história real de um jovem que se suicida por causa da pressão psicológica feita por sua mãe que é era religiosa fanática.

Assista!!! Sendo você gay ou não vai ajudar a entender um monte de coisas.

Um abraço forte!




 

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