A criança judia sofre a estupidez do mundo, volta para casa e lá seus pais judeus lhe dizem: “estúpido é o mundo, não você”. E lhe dizem por que essa noite não é como todas as noites, e contam para ele a história daquela vez em que tiveram que sair correndo e o pão não fermentou. Dão-lhe uma lista de valores e falam: “Você está parado aqui”. E saberá a criança judia que não está sozinha.
A criança negra sofre a estupidez do mundo, volta para casa e lá seus pais negros lhe dizem: “estúpido é o mundo, não você”. E lhe falam do berço da humanidade, de um barco, de uma guerra. Dão-lhe uma lista de valores e falam: “Você está parado aqui”. E saberá a criança negra que não está sozinha.
A criança homossexual sofre a estupidez do mundo e nem pensa em falar com os pais, porque supõe que eles vão ficar chateados. Não sabe por quê, mas eles vão se chatear. E para seus pais, o pior é crer que seu filho não é como eles (…).
A criança homossexual, só por ter nascido homossexual, só por ter sido parida em
território inimigo, está em guerra com a religião, com a ciência e com o Estado.
Como poderá uma criança enfrentar uma luta tão desigual?
Osvaldo Bazán
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